terça-feira, 20 de março de 2012

QT

As vezes eu questiono o motivo de sempre gostar de alguem que ja tem alguem!
Mesmo sabendo disso, eu me permito deixa entrar novamente em mim isso que não sei controlar
E friamente analiso e penso, eu tenho que lutar e enfrentar e conquistar!
É...lutar contra o que? Contra a mim mesmo!
Contra a minha vontade de arrancar aquela aliança do pescoso dele e dizer:
- Agora somos só eu e vc!
Sendo que na verdade existe o outro.
O vejo como um tumor, nada como uma quimioterapia do amor resolva no caso de ser benigno. Já se for maligno faço os cuidados paleativos e deixo morrer....morrer o sentimento que habita aqui em mim!
Mas eu ainda prefiro enfrentar a procura da minha cura!

domingo, 11 de março de 2012

OFF

Dias de silêncio. Tô a fim de ficar sem falar esses dias, é difícil para alguém como eu ficar calado. É da minha natureza pensar demais e ter sempre opinião sobre alguma coisa, ter sempre algo a dizer. Aí é que mora o exercício. Não emitir opinião sobre nada, não interagir verbalmente com ideias propostas, deixar os diálogos ao meu redor acontecerem sem interferências minhas. Bem difícil.


Estou olhando pelo lado catártico: às vezes encho o saco de mim mesmo justamente por essa característica de ter sempre “aquela velha opinião formada sobre tudo”; e esses dias de silêncio me ensinarão como quebrar esse paradigma, e como não obedecer aos meus impulsos verbais. Espero descobrir alguma coisa nova.

Existe um agravante nesse exercício sem beber, sem festa, sem balada. E acho mais divertido e possível encarar esse mundo patético, nonsense e estaparfúrdio desse jeito. Preciso desse escapismo de vez em quando pra conseguir sobreviver sem me tornar uma megero deprimido e insuportável. Para aguentar essa pantomima chamada humanidade, só estando umas três doses à frente dela.

Porquê não sei ao certo, mas é assim. Talvez seja por conta de abrir os jornais todos os dias e se deparar com notícias impensáveis, de violência, ignorância; ou simplesmente para tentar por alguns instantes se desvencilhar da sensação de tédio e marasmo que permeia uma vida, digamos, correta. Acordar. Cumprir suas obrigações. Dar bom dia às pessoas. Tentar fazer algum dinheiro, pagar as contas. Chegar de noite sabendo que mais um dia na sua vida se passou, e você simplesmente... cumpriu. Todo dia. Todo dia.

Desesperador.

Por isso as eventuais fugas dessa rotina, por isso a necessidade de, em certos momentos simplesmente dar risada de algo bem idiota com os amigos, chorar, dançar feito criança aprendendo a ficar em pé, esquecer por alguns instantes todo o peso do mundo e quem você acha e finge que deve ser, e as cobranças. Por isso, de vez em quando, perder o controle. Já descobri: se não me permito enlouquecer de vez em quando, fico louco de verdade. Não saberia viver somente da parte regrada da vida, é o desequilíbrio que enfim me equilibra.

Existem todas as questões que acompanham este estilo de vida que escolhi. O padrão aceitável como “bom” parece ser o de se pensar a longo prazo; para se ter uma vida longa e saudável é necessário que ela seja contida, calma, sem grandes excessos. A matemática parece ser esta: quanto mais intensidade, mais brevidade. Tenho preferido o rápido e intenso ao longo e chato. Imediatismo, eu sei. Não posso evitar. De que me adianta viver cem anos me privando de tudo que considero prazeroso? Cem anos de tédio, de calmaria? Deus me livre. Portanto, o equilíbrio. Não quero os cem; quero os que tiverem que vir desde que eu não precise abrir mão dos meus pequenos prazeres. Mas também não quero gastar tudo de uma vez a ponto de não brincar nem metade da brincadeira.

Então meu jogo tem sido transitar entre o que eu preciso e o que eu gosto, entre as responsabilidades e as noites em claro, entre os exercícios físicos e o bar. Descobrindo e experimentando esses limites.

É de nós, é do ser humano. Somos compulsivos e precisamos de válvulas de escape. Pra uns é a comida, o consumismo, o sexo ou as drogas. Para outros é a religião, o vício na endorfina proveniente dos esportes, o fanatismo. Qualquer coisa que nos alivie e nos traga essa (falsa?) ilusão de conforto. Todas essas coisas são formas de escapismo e podem ser boas e ruins. Só depende do jeito e da dose.